quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

o LEVA no facebook

e já estamos no Facebook. 

agora só falta o site, a chegar.

o primeiro livro do LEVA

já temos um primeiro livro do LEVA. continuo em infindáveis agradecimentos aos meus voluntários e não me esqueci de vocês mas este primeiro queria mesmo ser eu a gravar. vou mandar um e-mail a todos a dar conta do avanço do projecto e para saberem que não me esqueci de vocês.
o site está um pouco atrasado mas quando estiver pronto espero começar a ter mais encomendas e aí vou precisar de toda a ajuda.

o primeiro livro é este:








agradeço tanto e tanto à orfeu negro que não só cedeu a totalidade dos direitos como se voluntariou para apoiar o projecto no que necessitássemos.

estamos rodeados de gente boa.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

novo ano

ontem foi o último dia do último curso. foram semanas confusas e cansativas de trabalho, eventos e cursos, muitos livros novos e muito pouco tempo para os ler. agora começo a respirar mas sem a ideia de parar mas sim de começar de novo. preciso de trabalho que me alimente que se não sinto-me em absoluto estúpida o que não pode mesmo ser. são estas as resoluções de ano novo do estórias com livros:

(isto parece-me uma lista apocalíptica. em frente a cada tópico está a data na qual me comprometo ter realizado a façanha. vou dando notícias do seu sucesso. tenho tantas dúvidas. tantas.)

- estive a pôr etiquetas no blog (repararam?), não na totalidade do blog (ainda) mas nos dois últimos anos. a resolução é acabar de etiquetar. (fim de Dezembro 2012)
- enquanto etiquetava reparei que já fui muito mais bombástica e emotiva com os meus livros e autores. deu-me saudades. não do sentimento que se mantém, mas de conseguir escrevê-lo (ano 2013)
- vou regressar ao boris vian e terminar de construir o espectáculo que ficou a meio (fim de Abril 2013)
- vou ler mais e fazer recensões de todos os livros que ler (ano 2013)
- entregar a proposta dos livros no metro à EGEAC  (16 de Janeiro 2013)
- vou começar a estudar literatura brasileira e ler muita literatura brasileira para preparar um curso novo  (fim de Maio 2013)
- vou estudar antónio lobo antunes para poder inseri-lo em grande no meu próximo curso (fim Fevereiro 2013)
- vou ler / acabar de ler estes livros:

 (fim de Dezembro 2012)
 (fim de Janeiro 2013)
  (fim de Fevereiro 2013)
  (fim de Dezembro 2012)
  (fim de Fevereiro 2013)

nunca me viram tão organizada pois não? é porque vai correr mal de certeza. 


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Carlos Vaz Marques entrevista Lobo Antunes para o Festival LER

"A amizade não é mais do que uma dedicada atenção."

"A amizade é como o amor. É absoluto e instantâneo. Assim que conhecemos um amigo verdadeiro somos logo amigos de infância."

"Estou muito grato à guerra. Pensava que tudo rodava à minha volta e ali percebi que somos um no meio de muitos."

"Enquanto estivermos de mão dada com alguém nada nos pode acontecer. Quando estava à espera da anestesia na minha operação o cirurgião deu-me a mão em silêncio e percebi que nada de mal me podia acontecer."

"Não podemos viver sem a noção de eternidade. Mesmo que não a tenhamos sempre presente. Um bom médico é o que nos devolve a eternidade"

é difícil falar sobre o que é ouvir Lobo Antunes. a experiência é de tal forma devastadora e rica que fica sempre pouco que dizer. mesmo o Carlos Vaz Marques que tantas vezes é genial na sua forma de abordar os entrevistados aqui não conseguiu sempre ter a estaleca necessária. e o Lobo Anutnes apresentou-se coloquial e descontraído. mas a descontracção dele acaba sempre por ser  um gigante de palco. só pela naturalidade, pelo que pensa e pelo que sente. pelo que diz como quem fala de assuntos coloquiais sem o ser. foi divertido e comovente. o sentido de humor dele é imbatível. e a forma como salta de um frase divertida para uma que nos desfaz em peças é inacreditável.

falou-nos da sua forma de escrever. que não escreve romances, nem poemas, que não há nome para o que escreve. que vem apenas do editor a decisão de escrever "romance" na capa. diz que gostava de escrever mais, outras coisas. "coisas" neste sentido da não definição da forma. queria deixar depois de morrer o mesmo que o pai lhe respondeu que queria deixar aos filhos antes de morrer: "o amor pelas coisas belas".

os seus livros têm muitas vozes femininas. Lobo Antunes cresceu no meio de rapazes e procurou sempre a voz feminina no seu entendimento do mundo. como uma procura por uma irmã que nunca teve. e é aí que se pode considerar este último livro, não é meia-noite quem quer, como um livro autobigráfico - não nos factos mas nessa procura da voz feminina que procurou desde a infância.

parte da entrevista foi aquilo que ele chamou, desagradado, uma abordagem de termos técnicos. disse que os romancistas não deviam usar advérbios de modo nem demasiados adjectivos - que havia quem o fizesse e muito bem mas que deveria ser um génio para o fazer. disse também que um livro não pode pretender estar em altas durante todas as páginas - muitos romancistas novos na minha opinião ignoram esta regra, o que é trágico. o romance deveria crescer e diminuir para que o leitor o possa acompanhar de forma mais orgânica.

Carlos Vaz Marques estava perante um monstro das palavars e podemos dizer que se safou muito bem, como sempre. só no final não levou a dele avante, ele que nunca desiste de uma pergunta, não conseguiu que Lobo Antunes desse conselhos de leitura. Carlos Vaz Marques não desiste de uma pergunta e posso garantir-vos que fez de tudo e deu todas as voltas. mas não conseguiu.


(eduardo salavisa)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vitor Silva Tavares na LER de Dezembro

há várias coisas boas no vítor silva tavares. provoca sem dó nem piedade por ninguém e de alguma maneira faz com que muitos digam que é provocação gratuita. e ele não podia querer saber menos dessas opiniões. nesta entrevista mostra o que é ser editor sem preconceitos, nem mesmo o outro lado do preconceito que é a própria marginalidade. mostra que assumir que ter preconceitos é natural e deve ser vivido com naturalidade acaba por contrariar a própria noção de preconceito.  não aceita todos, edita amigos e pessoas de quem gosta, acha possível não editar alguém ou não gostar de alguém pela cara e aspecto. quando o carlos vaz marques lhe tira o tapete de baixo dos pés mostrando as aparentes incoerências do que diz ele dá-lhe sempre uma segunda volta e justifica sempre as incoerências e com lógica. é uma bela entrevista que mostra que ainda andam pachecos e césar monteiros, que há gerações mal comportadas que ainda não desapareceram e que há mal comportados que o são no mais intrínseco e natural e não por opção apenas, ou escolha.

vítor silva tavares não se denomina um editor, no entanto é exactamente isso que ele é. do lado oposto das editoras comercias a &etc é ainda um caso de sucesso, sem olho ao lucro. uma editora onde ainda conseguimos perceber que título a título estamos a espreitar pelo olho do editor. o que já começa a ser raro.

"Porque é que eu hei-de ser marginal? Marginal a quê? Alternativo a quê? O que eu sou é paralelo!" com esta frase carlos vaz marques abre a entrevista. ser marginal pressupõe um centro, um lado maior e preponderante. ao sermos marginais temos esse centro como referência. e vitor silva tavares pretende assim destacar-se do centro, sendo paralelo e não mantendo qualquer ponto de contacto.

uma entrevista que é um documento histórico, de uma pessoa que não pretende ser visto mas não se importa de o ser. que não pretende fazer discurso mas não se importa de o fazer. que a cima de tudo sabe por onde nunca se há-de vergar. e será sempre no que para nós são os sítios mais inesperados. 



é já esta 2ªfeira

a "nossa" é na Pensão Amor, Rua do Alecrim, 21h30



tragam livros e passagens de Clarice. lemos e falamos sobre ela. vamos claricear!